tag:blogger.com,1999:blog-58195599975399609002024-03-13T19:26:34.297-01:00Anti AbortoSempre .:. pela liberdade de viver .:. para sempreUnknownnoreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-17654182088215888532007-02-11T19:53:00.000-01:002007-02-11T19:28:14.290-01:00Datas marcantes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3sqgMv7J0ADma278lnoc5JbCGSREeSkXBnz8hyphenhyphenw4fr2Kn-S2JX21kIcuk0IYEdAkAHU69SJcfemSow0DDLYbw8xHW2S5N9BfLzxd-Ct0IBLrUjizKeJ412GWSzy_eoKAMqn6IHUqh7xDA/s1600-h/DATAS.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5030382776948510290" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3sqgMv7J0ADma278lnoc5JbCGSREeSkXBnz8hyphenhyphenw4fr2Kn-S2JX21kIcuk0IYEdAkAHU69SJcfemSow0DDLYbw8xHW2S5N9BfLzxd-Ct0IBLrUjizKeJ412GWSzy_eoKAMqn6IHUqh7xDA/s400/DATAS.JPG" border="0" /></a><br /><div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-49154934088195705902007-02-07T16:51:00.000-01:002007-02-07T17:12:18.541-01:00Recordando o primeiro artigoRecordo aqui o primeiro artigo deste blogue (e também do blogue de há oito anos). É fundamental relembrarmos algumas verdades fundamentais antes de partirmos para a recta final da campanha do referendo. É verdade que se têm debatido questões essenciais de forma leviana, mas também é interessante referir que nem todo o tipo de argumentos tem sido falacioso. Espera-se que nos próximos dias haja excessos, mas tenho fé no bom senso geral.<br /><br />Este referendo não pode (nem deve) servir para desunir os portugueses - deve ser, isso sim, uma porta aberta para uma ampla discussão alargada sobre a nossa sociedade, as nossas diferenças e (sobretudo) aquilo que nos une de forma decisiva. Não nos esqueçamos que somos muito mais que a minúscula porção de uma Europa descaracterizada. A nossa identidade e a nossa maneira própria de pensar não são quantificáveis e só se podem ver nos feitos milenares dos nossos antepassados e no nosso suor diário.<br /><br /><a href="http://anti-aborto.blogspot.com/2006/11/reflexo-primordial.html"><span style="color:#990000;">Reflexão primordial</span></a><br />Antes de reflectirmos sobre este assunto, proponho que paremos um pouco para pensar na nossa postura futura, enquanto estivermos a falar, discutir ou argumentar, com outros que não partilham das nossas convicções. A maneira como formos adornados, emocional e psicológicamente, para a batalha, será tão importante como a força das nossas palavras.<br /><br /><em>Não julgar</em><br />Este ponto é essencial para nos distinguir dos demais. Se não quisermos que os outros façam juízos mortais sobre um ser que ainda não nasceu, nunca poderemos nós também julgar quem praticou, pratica ou praticará o aborto. “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”.<br /><br /><em>Não descriminar religiões</em><br />Eu sou católico apostólico romano e suponho que muitos dos que me acompanham também. Mas não podemos transformar esta luta numa discussão teológica, até porque ultrapassa a noção religiosa. Os budistas, os muçulmanos, os judeus, ou outro cristão, são dogmaticamente obrigados a defender a vida – este é mais um elo comum que nos aproxima. Dêmos as mãos e cantemos juntos as maravilhas do mundo.<br /><br /><em>Ter paciência e complacência</em><br />Nas discussões com os que têm uma opinião diferente da nossa, temos de demonstrar a virtude e consistência daquilo que acreditamos. Só amando o próximo, inclusivamente aquela que propõe uma atitude radicalmente diferente, é que poderemos provar que as nossas intenções são sinceras e reais. Assim, se estivermos demasiado enervados ou ansiosos, deixemos os argumentos para mais tarde.<br /><br /><em>Diogo Dantas</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-11003042092592543172007-02-07T09:40:00.000-01:002007-02-07T09:47:41.643-01:00Quebra-cabeçasSe você conhecesse uma mulher que está grávida e já tem 8 filhos, dos quais 3 são surdos, 2 são cegos, um é deficiente mental, e ela tem sífilis... <em>recomendaria que ela fizesse um aborto</em>?<br /><br />Leia a próxima pergunta antes de responder.<br /><br />- É tempo de escolher um líder mundial e o seu voto é importante.<br />O comportamento dos candidatos é o seguinte:<br /><em>CANDIDATO A</em>: é associado a políticos corruptos e costuma consultar astrólogos. Teve duas amantes, fuma um cigarro atrás do outro e bebe de 8 a 10 Martinis por dia.<br /><em>CANDIDATO B</em>: foi despedido do trabalho duas vezes, dorme até ao meio-dia, usava drogas na universidade e bebia meia garrafa de whisky toda as noites.<br /><em>CANDIDATO C</em>: é um herói condecorado de guerra, é vegetariano, não fuma, bebe às vezes um pouco de cerveja e nunca teve relações extra-conjugais.<br /><br />QUAL DESSES CANDIDATOS ESCOLHERIA ?<br />Decida antes de procurar a resposta no final da página... não se esqueça de responder à primeira questão...!!<br /><br />Agora veja qual escolheu:<br /><em>Candidato A</em>: Franklin Roosevelt<br /><em>Candidato B:</em> Winston Churchill<br /><em>Candidato C:</em> Adolf Hitler<br /><br />E sem esquecer a primeira pergunta, a questão do aborto...<br />Se respondeu que sim, você ACABA DE MATAR BEETHOVEN!!!Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-53978142252732389342007-02-02T08:31:00.000-01:002007-02-02T08:39:07.735-01:00Reflexão e testemunhoEstive a ver e ouvir o debate, efectuado na RTP, sobre o aborto. Cheguei á conclusão de que tudo está errado, e que nem deveria haver Referendo, se o governo fosse um governo a sério, em vez de andar a brincar aos ditadores com o povo português.<br />Tudo nos tem tirado este Sr. Sócrates, nada tem a ver com o outro, que esse sim era um filosofo e um democrata (O grego claro está). Depois de fechar maternidades, e hospitais, vai abrir clinicas onde se possam fazer abortos livremente. Eu pergunto e isso resolve alguma coisa? Ou apenas vai engrossar um pouco, ou um muito mais, a conta que alguns Senhores têm na Suíça?Não quero ser moralista nem demagoga, sou francamente contra o aborto.<br />Mas querem saber? Eu própria fiz 6, muito contra a minha vontade. Mas fiz. E porquê? Levada pela ideia materna de que era demasiado nova, para ter 3 filhos. Sim porque na altura eu tinha 2, e apenas 18 anos. Não resolveu nada, porque apesar de no espaço dum ano ter feito 6 raspagens, com a Graça de Deus, aos 23 eu era a feliz mãe de 4 Filhos, e hoje sou uma feliz avó de 7 netos e bisa de 3 bisnetos. A única coisa que me resultou desses actos, condenáveis, foi uma cruz que carreguei quase toda a minha vida. Felizmente já consegui perdoar-me, e já consigo conviver comigo.<br />Mas voltando ao referendo, e ao aborto. Foram apresentadas duas opiniões caricatas. Alguém dizia que nós ainda éramos um pais medieval, (olha a novidade) e que tínhamos obrigação de evoluir e acompanhar o resto da Europa. Outro alguém dizia que não nos podíamos comparar neste assunto (só neste?) com o resto do mundo, pois poderíamos ser pioneiros no sim á vida. A minha opinião como disse a principio, é que tudo está errado. O que deveria ser feito, era respeitar a mulher no seu livre arbítrio, e apoia-la na decisão que tomasse. É mãe solteira, é mãe casada e tem dificuldades financeiras que não lhe permitem ter o filho, mas ela tem a coragem de o querer? Então o estado deve dar-lhe todo o apoio e todas as condições para que possa dar aos seus filhos comida vestuário casa e educação.<br />Por outro lado, depois de pensado e repensado, a mulher opta por não ter o filho pois não está preparada, ou não tem as condições que para ela seriam ideais. Há que respeitar a decisão e dar-lhe todo o apoio médico e psicológico gratuito, que o caso requer. É um caso de saúde pública. Nada de punições, nem de obrigações. A mulher tem o direito de escolher livremente sem imposição social, o que quer fazer da sua vida.<br />É pecado? E nós com isso? Não seriamos nós quem prestaria contas ao Criador. Mas com esta lei, com esta conjuntura (esta está na moda) somos todos responsáveis, os que fazem as leis, os que as aprovam ou reprovam, votando sim ou não, conforme ideologia política, ou religiosa. É preciso acabar com tanto cinismo e hipocrisia.<br />Depois há ainda outra questão que me põe imensas dúvidas na minha opção de voto. Voto sim, desta forma acabam as parteiras de vão de escada?A dúvida é esta, não será perigoso, dado que há liberalização, e as ditas curandeiras vão proliferar que nem cogumelos, pois sabem que jamais serão punidas? Voto não, e as coitadas que já tem filhos mais que suficientes para o pão que tem para lhes dar, recorrem ás ditas curandeiras, que lhes oferecem um passaporte para a morte a troco de alguns €€ mas muito menos do que gastaria numa clinica ou hospital? Legalizado o aborto quanto irá custar? As mulheres de classe baixa, já que são essas as que por ironia do destino mais abortos se vêem obrigadas a fazer, terão meios financeiros para isso?Não voto, mas nesse caso estarei a favorecer talvez a decisão errada?<br />Tantas dúvidas. Alguém me poderá esclarecer? E os homens, não terão também uma palavra a dizer? Afinal um filho por enqunto ainda é da responsabilidade de 2. Gostava que respondessem a todo este arrazoado de palavras, e de dúvidas, podem rir-se de mim, mas este assunto preocupa-me deveras.<br />Concordamos em que não deveríamos tirar a vida a ninguém. Eu tenho um modo de pensar muito controverso. Aceito as recriminações. Por exemplo: Se há uma pessoa já de idade avançada, que está viva porque está ligada a uma máquina, que direito existe em lhe prolongar uma vida que já não existe? Dizem que enquanto há vida há esperança. Mas nestes casos a vida, só existe porque o homem aprendeu um jeito de a prolongar, pois se a máquina for desligada a pessoa morre em poucos minutos. Ora portanto, se há um inicio de vida, porquê á partida retirar todas as oportunidades?<br />Mas por outro lado, dizemos que tudo se cria, pois isso é verdade, mas se sei avaliar a angustia duma mãe que por circuntâncias várias aborta, por outro lado não consigo imaginar a angustia duma mãe a quem o filho pede pão e ela não o tem para lhe dar. É uma decisão muito dificil, para algumas mulheres. Infelizmente conheci outras para quem era mais fácil abortar do que fazer filhos.<br />Quero ainda dizer, que um bébé, aos 40 dias está completo. Isto eu aprendi quando fiz o meu curso de socorrismo da Cruz Vermelha Internacinal. Por isso a teoria de que não é um ser humano não é válida. Há ainda um outro caso que presenciei em Moçambique, uma nativa estava grávida, e porque teve um acidente abortou, só que o feto ainda estava vivo quando lho tiramos, e foi horrivel ver aquele pequenino ser, que teria talvez 10 cm de tamanho, a mexer-se, os médico disseram-nos que aquele feto não tinha ainda 3 meses, naquela altura dizia-se assim. Conheci também um caso duma nativa que estava grávida de 6 meses, e que também teve um acidente que lhe causou a morte. Retiram-lhe a bébé ainda com vida. Nesse tempo naquele hospital não havia incubadoras, essa bébé foi metida numa caixa de sapatos forrada de algodão, foi intubada para ser alimentada, e aquecida com sacos de água quente. Hoje tem 36 anos e é uma médica feliz, por ter sido salva. Por isso continuo com as minhas dúvidas, e só tenho uma certeza. Deve dar-se todo o apoio á mulher enquanto mãe, e enquanto mulher, enquanto cidadã. É por isto que penso que temos e devemos lutar.<br /><br /><em>Lylybety</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-53263840814178093542007-01-31T10:01:00.000-01:002007-01-31T10:07:01.046-01:00Depois do referendo, que devemos fazer?<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZIfjrphgIFSL39eRZQBkFEoWteOg1flVKd2tI6H424k5v6bNM09dEIthLlYAPFK9bLs9ociHl21EOxzogDpZrtLo_etAoXF2LvJ32qKPDmr0LrNnny5ciXWYWmKC31pW5_DPS2d5szyCl/s1600-h/aborto1.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5026149021290249650" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZIfjrphgIFSL39eRZQBkFEoWteOg1flVKd2tI6H424k5v6bNM09dEIthLlYAPFK9bLs9ociHl21EOxzogDpZrtLo_etAoXF2LvJ32qKPDmr0LrNnny5ciXWYWmKC31pW5_DPS2d5szyCl/s320/aborto1.JPG" border="0" /></a> Resultados da nossa Sondagem de Opinião<br /><br /><br /></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-49550451247935602302007-01-22T19:29:00.000-01:002007-01-22T19:37:54.343-01:00Desmistificar ideias feitas sobre o aborto - II<em></em><br /><em>“O aborto é a opção da mulher moderna em situações de dificuldade económica, afectiva ou social.”</em><br /><br />Vivemos numa época de materialismo e facilitismo exacerbado. A solução mais fácil para um problema acaba por ser, mais tarde, muito mais complicada. Quem acha que a liberalização aumentará a qualidade de vida das mulheres é porque não conhece a verdadeira dimensão do problema. Eu já trabalhei numa prisão feminina e numa associação de apoio a grávidas “de risco”. Sei o sofrimento de quem passa por situações destas, mas também sei os benefícios incontáveis para quem tem a coragem de enfrentar os problemas de frente. E só uma mão amiga pode ser a ajuda que separa a vida saudável e regeneradora, da morte irreversível.<br />Desenganem-se as mulheres e homens que pensam que a vitória do “Sim” irá desculpar acções passadas. Quem já cometeu um erro terá de viver o resto da vida com isso. O referendo (e esta discussão) têm relação com o futuro apenas. Por outro lado, é preciso salientar que as leis humanas são falíveis e só a consciência primordial dos homens pode separar o bem do mal. Devemos formar, informar e sobretudo reflectir. Não nos esqueçamos também que, mais do que ninguém, os católicos têm o dever de proteger, cuidar, acarinhar e perdoar.<br /><br />O ser humano que está presente no ventre da mãe às dez semanas é real, independente e está vivo. Pode ainda não ser bonito como daí a mais algumas semanas, mas não é por isso que deixa de merecer nascer. Pode ainda não ter os padrões de consciência que o fará agir e estar como um homem dos nossos dias, mas não é por isso que alguém o deve condenar à morte. Portugal foi o primeiro país do mundo a abolir a pena capital. Passados estes anos todos, iremos cair no erro de voltar a aceitar que podemos matar? Será este um sinal de civilização e modernidade?<br />Chamo a atenção para um facto muito simples e concreto: depois do último referendo do aborto, os movimentos pelo “Não” criaram múltiplas associações e organizações para apoiar as grávidas em circunstâncias difíceis e crianças com problemas: os movimentos pelo “Sim” não fizeram qualquer esforço social nesse sentido. - É esta a preocupação altruísta destes senhores: limitaram-se a esperar oito anos para que houvesse novo referendo. É esta esquerda hipócrita e malfeitora que temos.<br /><br /><em>Diogo Dantas</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-48100706557353176942007-01-17T16:58:00.000-01:002007-01-17T17:04:00.038-01:00Aborto: primeira ou última alternativa?O aborto pode ser encarado como primeira alternativa a uma gravidez indesejada, e aí deve ser liberalizado, ou seja, deve ser um acto livre da mulher, ignorando por completo a opinião do pai da criança que não irá nascer ou dos pais da mulher grávida, mesmo quando é menor, precisando apenas de se dirigir a uma clínica privada. O aborto pode também ser encarado como última alternativa a uma gravidez indesejada, combatida de raíz na sociedade através da liberalização da contracepção e de uma forte aposta na educação sexual, no planeamento familiar e na luta contra a precariedade. São dois caminhos distintos, um deles bem mais simples do que o outro. Um condizente com a nossa História (somos pioneiros na extinção da pena de morte e na abolição da escravatura), outro condizente com uma Europa que facilita o aborto e aceita que as suas taxas aumentem desmesuradamente cada ano. "Sim" no referendo é substituir o negócio clandestino por um negócio legal, enquanto que "Não" é apostar na extinção do clandestino, não cruzando os braços (<a href="javascript:ol(">www.protegersemjulgar.com</a>). Votar Sim é apostar no aborto como método contraceptivo mais barato do que as pílulas ou os preservativos. Não se vai fazer nenhum referendo para tornar os métodos contraceptivos gratuitos. Faz-se um referendo para tornar o aborto livre.<br />Votar Não é acreditar que não somos geneticamente incapazes de mudar as coisas nem culturalmente facilitistas. É importante salientar que nenhuma mulher é presa em Portugal por efectuar um aborto até às 10 semanas, nem sequer é julgada por isso, e que há pessoas que diariamente trabalham com mulheres de baixas condições socio-económicas e com jovens grávidas para lhes oferecer uma alternativa, e só assim assume significado a palavra escolha. Não há escolha sem alternativa.<br />A larga maioria (eu diria todas) as mulheres acabam por ser mais apoiadas pelos companheiros e por optar por uma solução diferente do aborto. Mas mesmo que não o façam, abortam sabendo que opções teriam se não o fizessem, e são acompanhadas depois, quando surgem os traumas. Não se conhece nenhuma mulher em Portugal que tenha morrido por complicações físicas subsequentes à prática do aborto. Sabe-se bem que há casos em que leva ao suicídio pelo sentimento de culpa e arrependimento, por terem sido pressionadas a abortar. O factor psíquico assume particular relevância. Com uma lei permissiva, é mais fácil um patrão mandar uma funcionária abortar para não perder o emprego, ou a família exercer pressão numa mulher carente para que não tenha um filho que deseja. Terá acontecido (vamos dizer assim...) recentemente com a TAP, é do domínio público: uma mulher foi fazer um aborto porque na entrevista de emprego assim lhe "aconselharam". Esses casos multiplicar-se-ão, obviamente.<br />Um aspecto final: a forte politização do debate que se verifica nos media e na sociedade. Permitam-me dizer que não há nada como pensar por nós mesmos (<a href="javascript:ol(">www.sobreoaborto.info</a>) e questionar todos os estudos e dados estatísticos que ouvimos da classe política e dos movimentos pró e contra; é uma questão bem mais séria do que isso e, mais ainda, objectiva (<a href="javascript:ol(">http://www.oa.pt/Publicacoes/Boletim/detalhe_artigo.aspx?idc=31559&idsc=51003&idr=2933&ida=50986 </a>).<br /> Estamos habituados a medidas a retalho, mas o mundo não muda à velocidade dos decretos de lei, mas sim à velocidade da vontade humana. Lê-se em manifestos dos movimentos do sim (veja-se o exemplo gritante dos Jovens (!) pelo Sim) que o aborto deve constituir uma forma de integrar as mulheres no planeamento familiar. Ora, a nossa obrigação começa bem antes disso, e não nos cabe apenas evitar um 2º aborto, mas sim combater as suas causas desde muito cedo na vida das pessoas. Termino citando Jacinto Lucas Pires:<br />«Já se sabe que a questão do aborto é "complexa", "transversal" e que as habituais cartilhas políticas não bastam para indicar respostas. Ainda assim, devo dizer que estranho muito não haver, à esquerda, mais defensores do "não" no referendo. De facto, e tirando talvez alguns dos chamados católicos progressistas, não se vê ninguém. Estranho-o porque, se há ainda algo capaz de distinguir a esquerda da direita, isso devia ser a vontade de uma real transformação da sociedade e do mundo - contra os realismos-pessimismos que, no fundamental, se satisfazem com o estado de coisas vigente. Ora, tal implica, antes de mais, não capitular perante a "tragédia do facto consumado". Por outro lado, é óbvio que esse "sonho concreto" da esquerda tem de assentar em princípios básicos de humanidade e justiça - e estes não podem deixar de começar pela protecção da vida humana.»<br /><br />Cumprimentos, bem-haja a todos.<br /><br /><em>Pedro Daniel Almeida,<br />Estudante de Matemática</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-21381357256928475472007-01-16T19:31:00.000-01:002007-01-16T19:33:47.675-01:00Desmistificar ideias feitas sobre o aborto - I<strong></strong><br /><em>“Quem quer abortar no nosso país, aborta. O Estado tem pois é de arranjar condições paras as mulheres o fazerem da melhor maneira possível.”</em><br /><br />Da mesma forma, quem quer pegar numa pistola e matar trinta pessoas na rua, vai fazê-lo mesmo assim. Mas isso não quer dizer que o Estado vá patrocinar a compra do revólver. Esta é a mesma lógica que está subjacente, por exemplo, à liberalização das drogas: quem quiser comprar, arranja sempre um traficante por aí. A verdade é que quem quer mesmo cometer um crime, ou fazer algo de errado, vai fazê-lo em qualquer circunstância. Mas uma coisa é o Estado persuadir as pessoas a agirem de acordo com os princípios básicos do espírito, outra coisa bem diferente é apoiar e legalizar algo que vai contra a própria sobrevivência da raça humana.<br /><br />O que é mais relevante nesta questão é a futura distância entre o Estado de Direito e os cidadãos. Estamos à beira de uma ruptura insanável e se não fizermos nada contra isto, em breve viveremos em constante guerra contra nós mesmos. E as prisões ficarão novamente cheias de uma nova geração de “presos políticos”. Se neste referendo ganhar o “Sim”, preparemo-nos para novas batalhas. Porque a esquerda maçónica vai sentir-se com o poder para descriminalizar quem sabe mais o quê. Quando os princípios fundamentais da raça humana deixarem de existir, por troca com o crescente facilitismo de hoje, não haverá mais humanidade. Existirá apenas um macaco esperto a olhar para o seu próprio espelho.<br /><br /><em>Diogo Dantas</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-6616339021866173132007-01-05T19:54:00.000-01:002007-01-08T22:39:16.879-01:00Em defesa da Vida!Na questão do aborto, lamentavelmente, muitos são os que já se renderam às facilidades argumentativas e que, julgando ser possível lucrar com lealdades menores, cederam às conveniências de um certo “<em>modismo</em>” intelectual pouco elaborado e nada novo.<br />Porém, porque tenho suficiente confiança nas Virtudes que professo e escolhi viver, opto por rejeitar as facilidades da “<em>modernidade</em>”, mesmo quando tal decisão surja como susceptível de trazer desvantagens pessoais ou até privar-me de excelsas glórias que não procuro.<br /><br />Já aqui afirmei que ligar a Vida e a Felicidade futura de uma criança por nascer ao presente difícil dos pais, seria condenar quase todas as crianças ao não nascimento! Ou até poderia justificar um recuperar do direito de livre disposição da vida dos filhos por parte dos pais. Porque já foi assim!<br /><br />Também creio ter já demonstrado a falácia da conclusão que tem como pressuposto argumentativo “<em>o corpo pertencer à mulher!”.</em> Apenas acrescentaria que, não obstante a excessiva e incoerente defesa de um Individualismo incompatível com um viver humano e civilizado, mesmo admitindo que o corpo à mulher pertence, o máximo que daí se poderia concluir seria ser dela o direito a impedir que aconteça uma gravidez... Sendo abusivo estender essa liberdade de determinação ao ponto de se considerar como legítimo um (suposto) direito de eliminar a Vida humana que, estando a desenvolver-se dentro dela, já não é ela, já não é dela. É já mais do que ela: é uma nova vida! Uma nova vida, humana, completa na singularidade genética que marca e distingue cada Homem, singularidade que está definitivamente definida desde a concepção. Não por razões exclusivamente estéticas ou éticas. Mas porque, cientificamente, não há dúvidas que «<em>na falta de um infortúnio natural ou intervenção letal, o produto da concepção humana será o que toda a pessoa sã reconhece como um ser humano</em>».<br /><br />Mas, de facto, é bom recordar que não há motivo ou momento que, validamente, possa justificar o acto de tirar a vida de um inocente, fraco e indefeso. E a vida intra-uterina é vida humana, pois se «<em>nada que não seja um ser humano se tornará alguma vez num ser humano», então «uma criança por nascer é um ser humano desde a concepção</em>». Disso não há dúvidas. Nem civilizacionalmente, nem cientificamente. E é essa a razão da defesa da proibição do aborto: não é para punir a mulher que seria supostamente esbulhada de um direito a abortar; mas para proteger uma vida humana que a todos, através da Lei e dos actos, cabe salvaguardar, porque, como sociedade civilizada e como um todo, aos vivos e aos mais fortes é atribuído o inalienável dever e tarefa de proteger os desarmados e os inocentes, os mais fracos e os mais indefesos.<br />Mas sempre… e não só quando convém!<br /><br />Por outro lado, seria bom que os defensores do aborto livre, quando falam da «<em>dolorosa experiência da maioria das famílias portuguesas</em>», assumissem a sua enorme quota de responsabilidade nesse sofrimento por, recorrente e abusivamente, confrontarem estas mulheres com o “<em>circo</em>” que montam à volta do tribunal, o qual proporciona um “<em>espectáculo</em>” que apenas beneficia os autores e actores voluntários e não aquelas que estes afirmam sempre defender. Ou seja, às graves consequências psicológicas que resultam do aborto que praticaram, os defensores do aborto livre e irrestrito decidem usá-las como supostas mártires em favor de uma pretensão que nenhuma delas acaba a defender. É manifestamente singular que muitos dos “<em>ídolos</em>” que, nos idos anos 70, internacionalmente sustentaram a voragem abortista, são hoje convictos defensores da Vida. Será porque descobriram que, quando se adopta uma leveza de consciência e se colocam de parte os limites morais e humanos mínimos, o custo e a dor são, a médio e longo prazo, bem maiores?<br />A legislação de uma comunidade não pode assentar na soma de experiências individuais, antes devendo ser a expressão compatível de uma ordem ética, moral e civilizacionalmente desejada por essa comunidade. E a nossa há séculos que optou por, nestas questões, tomar por referência o aforismo: não faças aos outros o que não querias que te fizessem a ti. Principalmente quando o indivíduo não pode decidir ou não se pode defender. Por isso, à luz deste princípio civilizacional, é inaplicável a resposta à pergunta se gostaríamos de ser punidos pela prática de um aborto, pois quem o faz, pode decidir e, consequentemente, opor-se. A pergunta mais adequada seria se, sendo um ser humano em estádio intra-uterino, defenderíamos a solução abortiva. Porque a Vida que se desenvolvia dentro da mulher que aceitou o aborto é Vida humana, indefesa, inocente e, nesta medida, está numa situação que, humana e civilizacionalmente, nos exige esforços ilimitados de auxílio, resguardo e protecção. Porque é pelos fracos, pelos inocentes e pelos indefesos que o Direito existe. Pois, o aborto é a lei do mais forte. E travesti-lo de Direito, consagrá-lo legalmente, é inverter e perverter a função da ordem jurídica. É tornar aceitável o que todos sabem ser mau. É autorizar que o mais forte elimine o mais fraco. É tornar tutelável um intolerável livre direito de disposição sobre a Vida… e, ainda por cima, a vida de outro. Pior, a vida de um outro que é fraco, inocente, indefeso. E mais grave: por aqueles que, naturalmente, deveriam ser o seu primeiro resguardo, o seu mais importante amparo, o seu mais implacável protector. Deste modo, consagrar uma lei de liberalização do aborto seria não só abrir uma porta à Cultura da morte: seria derrubar, demolir as muralhas de um modelo civilizacional que nos sustentou e defendeu nos últimos milénios.<br /><br />A questão do aborto não é uma questão de gostos, opções ou moralidades: é uma questão de lealdade para com os mais fracos. Cada vez mais se cai na vivacidade das propostas demagógicas de uma “<em>modernidade</em>” bem-falante, que nos impõem as suas imperturbáveis certezas, fruto da sua inabilidade em distinguir o que é ilusão do que é realidade. Sobre as democracias e sobre o mundo ocidental pairam escuras nuvens da crise moral que tolda os princípios que a enformam, tornando-a incapaz de perceber a natureza da sua própria deterioração física, intelectual e moral.<br />Contem com quem, fiel aos Princípios, que não desiste. E resiste!<br /><br /><em>João Titta Maurício<br />Professor na Universidade Lusófona</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-63381717987816560012007-01-03T08:34:00.000-01:002007-01-03T08:35:20.365-01:00Em defesa da Vida humana… ponto!As leis devem reflectir e proteger os padrões morais de uma sociedade, porque é assim que se mantém o tecido social e se alcançam os equilíbrios indispensáveis. Ora, não é por acaso que as esquerdas usam do poder que por vezes lhe é concedido pelo voto (e quando não o têm, usam e abusam do domínio que lhes é permitido nos media e na rua) e, sempre que podem, recorrentemente bombardeiam-nos com campanhas destinadas exclusivamente a atacar e negar a validade dos padrões éticos que permitem distinguir o Bem do Mal. É por isso que hoje a sociedade ocidental navega ao acaso, pois as esquerdas têm sido bem sucedidas: aproveitando o voto que beneficiam em função do estímulo da inveja e depois aplicam-no em campanhas de intoxicação e de apelo ao relativismo ético para levar a cabo as suas propostas legislativas (ditas) fracturantes.<br /><br />Parece pouco consistente e esclarecido quem afirma que «se a direita quiser ser genuinamente liberal, deve promover a tolerância dos usos e costumes». Assim, chegámos a uma situação onde as Virtudes já não são conhecidas e reconhecidas; e os valores (seus substitutos operativos) são “de geometria variável”. Porém estes (porque não fundacionais) são desprovidos de Autoridade e, por isso, susceptíveis de serem desobedecidos. O resultado é a indiferença e o relativismo reinantes!<br />Mal anda uma certa direita que se julga “arejada” quando afirma que «o Estado não pode colocar-se numa posição de “árbitro” de gostos, opções ou moralidades». O Estado não é árbitro, antes é executor e defensor do modelo maioritário consensual. O Estado não pode optar por moralidades. Mas também não deve rejeitar ou tentar substituir a Moral consensual, ampla e historicamente aceite e que demonstrou ser a mais adequada. A legislação deve reflectir a noção colectiva de Bem e não acolher uma solução que, não enquadrando no sentir abstracto geral apenas serve de alívio pessoal de consciências, Pelo contrário: o Estado não pode aspirar à neutralidade que não é possível, antes deve constituir-se no seu primeiro instrumento de defesa.<br /><br />«A tradição, é elo que ata e harmoniza o Passado com o Presente, é o vínculo que liga o Passado ao Futuro»<br />Camilo Castelo Branco<br /><br />Se abandonar a defesa da Moral maioritária (não obstante esta pretender defender os mais fracos e aqueles que mais precisam), havendo concorrência (e zonas e momentos de conflito), ao Estado restar-lhe-à escolher entre morais concorrentes. Com base em que hierarquia de valores?<br /><br />Aliás, não parece Liberalismo mas é puro Individualismo afirmar que «o Estado deve inibir-se de legislar sobre os assuntos que apenas respeitam à moralidade e a comportamentos individuais que em nada afectam o bem-estar e a segurança da comunidade». Primeiro, não é o Estado que legisla: é a sociedade! Segundo, a questão do aborto é uma questão de comportamento individual inaceitável, porque causa dano em terceiros que, apesar de terem uma capacidade jurídica de exercício diminuída (e que por isso deve ser, em seu nome, exercida por quem a Sociedade delega esse direito/dever: nos pais), têm um direito tutelável (a Vida). Finalmente, ainda se considerássemos a vontade individual da mulher, resta-nos afirmar que esta nos parece de muito duvidosa aceitação a manifestação de uma vontade por parte de alguém que se encontra extremamente perturbado e sobre pressão.<br /><br />É certo que «o Estado nada tem que ver com as nossas vidas pessoais nem deve intrometer-se no exercício das nossas escolhas e liberdades». Mas (e ultrapassando a questão da dicotomia Estado/Sociedade), se parece óbvio que as escolhas individuais são da exclusiva responsabilidade de cada cidadão, natural também é que se entenda que estas devam operar... dentro dos limites morais/legais acolhidos pela Sociedade. O apego (individual e livre) às virtudes da Tolerância e do Pluralismo são comportamentos (individualmente) sadios e imprescindíveis numa sociedade Liberal. Mas não exigem que, os que os cultivam, se dediquem a criar condições para... o vazio e o relativismo moral!<br /><br />A Democracia liberal, a governação não assistida de uma comunidade, o auto-governo dos indivíduos, pressupõe que todos os seus componentes respeitem, cumpram e façam cumprir a ética da responsabilidade fundadora do modelo civilizacional a que pertencem. Deste modo, o modelo demo-liberal, para funcionar, requer cidadãos morais, isto é, que cada um actue de acordo com os padrões de comportamento conhecidos e aceites pela comunidade – porque são eles que a fundam. E (muito importante) que esses cidadãos sejam actuantes e vigilantes, isto é, que cuidem que os desvios ao comportamento padrão sejam denunciados e efectivamente punidos. Foi para isso se criou a lei, para suportar uma moral enformadora e fundacional de uma comunidade, para não só garantir o seu funcionamento mas, também, para obviar à sua destruição.<br /><br />Por outro lado, é uma artifício intelectualmente pouco sério afirmar que quem defende a Liberdade da Economia face à intervenção do Estado, não pode deixar de reclamar o mesmo para a questão do aborto. Ninguém defende que o Estado seja afastado da “economia”, mas que se abstenha de intervir como agente económico e se dedique a regular e fiscalizar o cumprimento das regras indispensáveis à Liberdade (leia-se, “concorrência”). Todavia, é evidente que para garantir o bom funcionamento da economia de acordo com regras... a sua existência pressupõe a existência de uma valoração ética sobre os comportamentos: exige-se que estas sejam compatíveis com a hierarquia de valores operante na sociedade e que, por isso, sejam previamente conhecidas (assim se afastando a coercibilidade arbitrária e ilegítima)!<br /><br />«A Liberdade só pode ser exercida quando os cidadãos submetem o seu comportamento a limites, pois não há Liberdade sem regras legais e de conduta».<br />Friederich von Hayek<br /><br />Além disso, Liberdade não é o direito de se fazer o que se quer, mas o direito a não se obedecer à vontade arbitrária e coercivamente imposta por outros. Assim, a abstenção de intervenção do Estado significa que este se deve inibir de impor comportamentos, não significa que deva admitir ou acolher todos os comportamentos. Pelo contrário, deve impedir e sancionar aqueles que violem o quadro de valores sancionado pela Sociedade. Principalmente quando estes se pretendem impor a terceiros indefesos.<br /><br />Mas há quem, fiel aos Princípios, não desiste. E resiste!<br /><br /><em>João Titta Maurício </em><br /><em>Professor da Universidade Lusófona</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-27523403112789185072007-01-02T17:40:00.000-01:002007-01-02T17:41:36.477-01:00LiberdadeNão nos deixemos enganar. Se tudo correr como a esquerda maçónica quer (juntamente com a direita oportunista e tíbia), este será mais um passo que daremos rumo à nova idade das trevas. Chegarão os tempos em que os nossos descendentes olharão para nós com tristeza envergonhada, vendo neste materialismo exacerbado uma forma estúpida de cegueira facilitista. Se o “sim” triunfar, não será apenas uma vitória da imprudência e da desresponsabilização – será a consolidação do fim da resistência lusitana aos ataques dos invasores. Mantivemo-nos firmes diante das ambições dos mouros, das espadas de Castela e dos canhões de Napoleão. Mas passados milénios sobre a cobarde vitória dos romanos sobre Viriato, eis que novos traidores lusitanos ferem de morte o último suspiro de vida dos verdadeiros valores nacionais. No dia 11 de Fevereiro saberemos se o massacre é definitivo, ou se a alma que nos corre nas veias não parará de correr livre.<br /><br /><em>Diogo Dantas</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-73904874740637148752006-12-31T17:43:00.000-01:002006-12-31T17:46:56.816-01:00Feliz 2007<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiABwuaf3-JLt6FIesim0vucTDpbWazXrWUJM5XO3yTkYGWPFid51C2AtQgmAvGHVYUtxXFn-pzs-scqlTtJZC3IuZQvwoSi_X2sh4iSCRNlw58gGf7aNzMmsgG_RYt1uqtTReSo6WqBFzb/s1600-h/gemeos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5014764197082246402" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiABwuaf3-JLt6FIesim0vucTDpbWazXrWUJM5XO3yTkYGWPFid51C2AtQgmAvGHVYUtxXFn-pzs-scqlTtJZC3IuZQvwoSi_X2sh4iSCRNlw58gGf7aNzMmsgG_RYt1uqtTReSo6WqBFzb/s320/gemeos.jpg" border="0" /></a><br /><div>Desejamos a todos os visitantes deste site um excelente Ano Novo, pleno de alegria, paz e concórdia.</div><br /><div></div><br /><div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-17347087699602110252006-12-29T00:26:00.001-01:002006-12-29T00:26:46.659-01:00TerminologiaA estratégia dos abortistas é clara. Na altura do referendo anterior, deixaram de utilizar a palavra “aborto” para passar a usar o pomposo “interrupção voluntária da gravidez”. Era um termo mais científico e baseava-se na estratégia geral de tentar explicar, do ponto de vista médico e social, as vantagens do seu ponto de vista particular. Era uma terminologia relacionada com a mulher moderna, desenvolvida e bem informada. Como se sabe, tudo isto falhou completamente.<br />Passados oito anos, os gestores da campanha dos abortistas decidem agora utilizar as iniciais “IVG”. Designa exactamente o mesmo, mas dá um ar de dogma partidário, duma sigla como tantas outras hoje em dia, cujo significado se perde após a repetir mais de duas vezes. “IVG” – como se fosse um ideal social inquestionável, uma organização suportada pelo Governo e com o aval dos Órgãos institucionais do Estado. “IVG” – não dá a ideia de “aborto”, esquece-se que falamos duma “interrupção que incide sobre uma “gravidez” e começa-se a abusar do palavreado populista habitual da esquerda hipócrita que fala tudo e não diz nada.<br />Falemos de “aborto” ou “IVG”, nunca deixemos de nos lembrar da importância do tema que se referenda no dia 11 de Fevereiro.<br /><br /><em>Diogo Dantas</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-58952000294160860862006-12-20T19:20:00.000-01:002006-12-20T19:22:00.740-01:00"Sim", "Não". Assim se resolve o problema do AbortoEm breve teremos novo referendo para aprovar ou não, a nova legislação sobre o aborto.<br />Confesso que preferia que fosse o parlamento a decidir. O referendo é, para mim, acto hipócrita da democracia. Digo isto porque todos sabem que este se repete até os políticos obterem o resultado que desejam. É assim na União Europeia e assim é em Portugal. Se o “SIM” tivesse ganho no primeiro referendo, haveria o segundo?; e se o “SIM” ganhar no segundo, haverá o terceiro?<br />Depois o que se ganha com as sessões de esclarecimento? Todos sabem o que é o aborto, a opinião da ciência, da moral, e as implicações psíquicas que provoca na mãe.<br />Parece-me que o parlamento pretende imitar Pilatos: lavar as mãos e declarar: estamos inocentes do sangue derramado. A “maldição” caia no povo. Foi ele, e não nós, que aprovaram !<br />Considero, portanto, que nesta época de reflexão, todos nós, temos que buscar soluções para acabar com a morte provocada de nascituros, já que não há, nos que apoiam o “NÃO” ou o “SIM”, quem afirme que o aborto é método contraceptivo.<br />Sabe-se que a mulher não aborta por prazer, se o faz, é para se livrar de responsabilidades. Quais?<br />Não ter meios económicos; ser solteira e jovem; imposição do amante ou namorado e outros que não são para aqui chamados.<br />Se o pai do nascituro quer matar o filho para se livrar do encargo, cabe ao governo “castigá-lo”.Se a mãe não quer a criança, por motivos económicos, cabe ao Estado criar meios para que possa ser educada como cidadã que é.<br />Outrora para sanar incestos, violações e amores indesejáveis, havia a Casa da Roda, evitavam-se assim abortos, e recém-nascidos abandonados na via publica. Algumas eram mais tarde procuradas pelos pais. Evitava-se ,deste jeito, graves traumas psíquicos e remorsos eternos.<br />Na Alemanha, segundo me informam, começa a aparecer berçários públicos, onde as mães depositam os filhos que não querem ou não podem criar.<br />Por que não seguir o exemplo? Cabe à Igreja (católica e evangélica) e principalmente ao Estado, essa iniciativa.<br />É melhor colocar o filho, em segurança, numa instituição que não pergunta a razão do acto, que carregar remorsos pela vida fora.<br />Sei bem que é dispendioso; mas será mal muito menor do que matar os filhos no ventre, por pobreza ou não estar legalmente casada.<br />Depois, certamente ninguém deseja, a não ser o proprietário da clínica que vive disso, fazer do aborto modo de ganhar a vida.<br />Em lugar de “obrigarem” os pobres a abortar por escassez de recursos económicos; as jovens por imposição do namorado; e a casada por indicação do amante, deve a sociedade auxiliar a mulher, criando instituições que acolhem as mães e se responsabilizem pelos filhos, sem fazerem inquéritos e perguntas indiscretas.<br />Levar a mulher, que aborta, ao tribunal, para ser julgada pelo crime que praticou por necessidade, indigência ou por haver engravidado de forma ilegal, parece-me absurdo, já que na maioria dos casos o réu devia ser o homem; mas matar as crianças para livrar o Estado da obrigação de as criar e educá-las, é muito pior, já que ninguém aborta por prazer ou maldade, mas por vergonha e pela sociedade negar meios de sobrevivência.<br />O sangue de Cristo foi derramado pelos judeus porque a autoridade não quis que o sangue do Justo a atormentasse.<br />Será que o povo português prefere que o sangue dos inocentes seja derramado em lugar de buscar soluções?!<br />A ver vamos.<br /><br /><em>Humberto Pinho da Silva</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-8793869940138380052006-12-18T13:11:00.000-01:002006-12-18T13:24:11.393-01:00ApeloEu também tenho muito dó das mulheres que se sujeitam a ser condenadas por fazer aborto, sobretudo quando o filho é fruto da prepotência de um machão sem escrúpulos.<br />Mas que culpa tem a criança? Proteja-se a mulher, sim, mas não à custa do bébé inocente. Defender o direito ao aborto é igual a concordar com matar a vida de um inocente.<br />E matar é crime. Isso é mosnstruoso, é abrir caminhos para o abismo. Onde iremos parar? que crime será a seguir despenalizado?<br />Eu vou votar não à despenalização. Eu apelo ao voto no não. Só quem não tem sentimentos humanos, nobreza de carácter, sentido de responsabilidade, deixará de votar <strong>não</strong> à matança dos inocentes, e portanto ao aborto.<br /><br /><em>Dulce Teixeira de Sousa</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-32770740181263579982006-12-12T18:39:00.000-01:002006-12-12T18:40:23.305-01:00O aborto é crimeO aborto é crime! Disso não pode haver dúvidas!<br />E igualmente não conheço quem possa defender que o aborto é uma coisa boa!<br />Assim sendo, não consigo perceber como se pode colocar a questão de saber se o aborto deveria ou não ser punível...!?!<br /><br />Bem sei que as conclusões variam por estarem condicionadas pela forma como o problema é abordado, pois uns olham-no a partir da definição do momento a partir do qual há vida humana; outros preferem imaginar que pode ser olhado numa perspectiva da mulher e dos seus (supostos) direitos abortivos.<br />Assim, e acreditando que “água mole em pedra dura...”, tentemos, uma vez mais, demonstrar a falácia dos argumentos apresentados pelos defensores das teses abortistas.<br /><br />Primeiro, ligar a vida e a felicidade futura de uma criança por nascer ao presente difícil dos pais seria condenar todas as crianças ao não nascimento!<br />A não ser que alguém se julgue presciente, ninguém pode saber a qualidade do futuro pela mera constatação do presente. É intelectualmente desonesto agarrar numa “mão-cheia” de exemplos, generalizá-los e tomar o todo pela parte, confundir a árvore com a floresta. Por essa ordem de ideias, alguém que haja perdido o seu emprego só teria o suicídio como natural consequência...<br />É verdade que é falso que só engravida quem quer e, se aceitarmos o argumento de que o aborto deve ser livremente usado como um método legítimo para evitar que surjam crianças num ambiente familiar economicamente degradado, então devemos concluir que, para os defensores da liberalização do aborto, só deverá engravidar quem pode...<br /><br />Segundo, o costumeiro disparate, que afirma que “o corpo da mulher pertence-lhe”!<br />Entendamo-nos: estão os defensores do aborto disponíveis para autorizar a venda a retalho do corpo humano, isto é, estão disponíveis para permitir que cada um de nós possa, legitimamente, vender um rim, um pulmão ou outra qualquer parte do corpo... porque nos pertence? Se sim, podemos discutir a partir daqui, mas fica já demonstrada a incoerência argumentativa do costume... Além disso, se o corpo da mulher é dela (coisa que não duvido – ainda que tal não signifique que dele possa dispor sem limites), é dela o direito a impedir a gravidez... não o de eliminar “algo” que, sendo produzido dentro dela, não é só dela e é mais do que ela! Ou será que, para “os senhores do aborto livre”, o pai é apenas o doador do esperma? E o feto é comparável a uma borbulha? É que, usando da mesma medida demagógica, dever-se-à perguntar: quem propõe que uma mãe possa livremente “despedir” o filho, defende igualmente que um patrão possa livremente “livrar-se” do trabalhador?<br /><br />Terceiros, comovidos, “os senhores do aborto livre”, falam na «dolorosa experiência da maioria das famílias portuguesas».<br />Concordo, se se estiverem a referir às graves consequências psicológicas que daí resultam para as mulheres que o fazem. Assusta-me a leveza com que se fala sobre o aborto: como se estivéssemos a falar de uma mera remoção de uma coisa, de um embaraço, de um incómodo. Além disso, a decisão da mulher, na maioria dos casos, não é verdadeiramente livre: sujeita à pressão das amigas, do “companheiro”, dos pais, ela acaba por optar pela solução que, aparentemente, lhe parece permitir livrar-se do... “problema”!<br />Não acredito que, tendo-o feito, alguma mulher disso se orgulhe. Contudo, quantos são os casos de mulheres que, quando fazem, desistem de conservar a sua condição humana, perdem os limites morais mínimos, passando a encarar o aborto como um acto normal e comparável a tomar uma aspirina! É triste e verdadeiramente sintomático do estado civilizacional a que nos querem “elevar” quando um ser humano é rebaixado à condição de... “problema”! Pois é nisso que se tornarão todas as crianças venham a ser mortas antes de nascer: no problema que, legalmente, foi removido e atirado para o caixote do lixo de um qualquer hospital!<br /><br />Finalmente, no aborto é enganoso procurar vender-se a ideia de que estamos a falar de uma situação de concorrência de direitos, dum lado, o direito à Vida do ser em estado de gestação e, do outro, o direito de eliminação dessa vida. Não nos devemos esquecer – nem poder sequer tentar ousar pensar que podemos – que o direito à Vida é um direito inalienável e absoluto e que, por isso, vence sempre mesmo se confrontado com outros direitos (e mais ainda quando confrontado com supostos direitos). É uma falácia afirmar-se que a aprovação de uma legislação liberalizadora do aborto nada mais é do que o reconhecimento de um legítimo direito fundamental da mulher. Porque não só não é legítimo como muito menos poderá ser considerado fundamental. Só por uma séria e profunda incoerência no nosso sistema constitucional se pode compreender que pudessem vir a subsistir o direito à Vida (com o conteúdo tão amplo como o que está plasmado no texto constitucional português) e um direito ao aborto livre e irrestrito. È bom que se saiba: esta proposta, se fosse aprovada, seria a vitória da ignorância e do retrocesso civilizacional, pois produzir-se-ia uma imensa e grave diminuição no conteúdo que o direito à Vida possui na nossa ordem jurídico-constitucional. Este é o primeiro ataque, a primeira machadada, a primeira limitação à Vida. Começam pelo nascimento, adiando (por enquanto em 10 semanas) o reconhecimento da condição de pessoa humana. Prosseguirão pela morte, onde procurarão consagrar a eutanásia activa, antecipando o fim da protecção da vida humana em razão de uns vagos conceitos de “vida em qualidade”, “vida com felicidade”, “vida com utilidade”. Concluirão, atacando no meio, regressando às teses de eugenia – tão caras à esquerda durante grande parte do Séc. XX –, condicionando o direito de viver ao preenchimento de determinados critérios gerais de qualidades subjectivas exigidas a cada indivíduo. Nessa altura, completar-se-ia o projecto dos (ditos) “progressistas”: o Homem já não seria o que é, mas apenas naquilo que a “vanguarda progressista bem-pensante” e a lei do Estado permitissem.<br /><br />Queremos viver numa sociedade onde impere o relativismo moral? Ou preferimos optar por um modelo onde vigore um padrão colectivo e homogéneo de comportamento, referencial, assente numa ideia de Homem que, pelo seu comportamento individual, assume as consequências da sua permanente aspiração a ser um Ser moral, que para tudo busca uma solução humana e civilizacionalmente aceitável.<br /><br />É este o modelo civilizacional que os defensores do aborto se propõem consagrar.<br />É este aquele em que desejamos e merecemos viver?<br />Rejeitemos as propostas dos falsos humanistas, aqueles que afirmam a sua compaixão, mas que só quererem os “perfeitinhos” e aqueles que couberem no adequado número e nas adequadas condições económico-sociais por eles definidas. Assim que, a todo o momento, denunciam o seu profundo desprezo pelo sofrimento dos que nascem, preferindo-os mortos, depositados num caixote do lixo de um qualquer hospital.<br /><br /><em>João Titta Maurício<br />* </em><a href="mailto:titamau@netcabo.pt"><em>titamau@netcabo.pt</em></a><br /><em>Professor da Universidade Lusófona</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-45148526062527680932006-11-29T11:45:00.000-01:002006-11-30T17:40:55.650-01:00Só por isso, Mãe<em>Mesmo que a noite esteja escura, </em><br /><em>Ou por isso, </em><br /><em>Quero acender a minha estrela. </em><br /><em>Mesmo que o mar esteja morto, </em><br /><em>Ou por isso, </em><br /><em>Quero enfunar a minha vela. </em><br /><em>Mesmo que a vida esteja nua, </em><br /><em>Ou por isso, </em><br /><em>Quero vestir-lhe o meu poema. </em><br /><em>Só porque tu existes, </em><br /><em>Vale a pena!</em><br /><em>Lopes Morgado, "Mulher Mãe"</em><br /><br />Todos nós que sentimos a doçura e a dor do tutano da vida, sabemos bem das dificuldades com que a Natureza nos testa a todos os dias. Mas há sempre um momento em que dizemos que “tudo valeu a pena” – nesse instante, por mais pequeno que seja, temos a certeza que o mundo é perfeito. Podemos descobri-lo em algo infinitamente pequeno ou num snetimento invulgarmente grande, numa pessoa que esbarra contra nós e nos oferece um incompreensível abraço gratuito, num gesto de carinho altruísta, ou simplesmente nas àguas frescas de uma fonte dum dia quente de Verão. Depois, noutras alturas, talvez quase sempre, existe o sofriemento desnecessário e o tédio interminável. Não conseguimos, por mais que tentemos, entender porque é que a vida nos faz suportar fardos tão pesados, porque é que a dor cresce tão inesperada e exponencialmente – quando tudo o que queremos é tão simples: sermos infeliz. Há, no meio de toda esta luta, algo que faz de nós seres únicos e especiais, algo que permanece muitas vezes escondido mas que está sempre lá, quando viramos à esquerda ou à direita, quando escolhemos peixe em vez de carne: a liberdade de vontade. Este facto, apesar de poder ser metafisicamente discutível, não o é na maior parte das decisões, simples ou complicadas, que vamos tornando ao longo da vida. Somos nós que decidimos o curso das nossas acções quotidianas e, no seu somatório, um pouco daquilo que somos. Podemos escolher ser afáveis ou ríspidos, observar o que nos rodeia ou fechar os olhos, bocejar ou lutar, estender a mão ou torcer o braço, abrir o guarda-chuva ou apanhar com as gotas de àgua no corpo – podemos até escolher ficar estáticos, morrer de uma forma brutal. E, neste caso, ficamos livres de vez das incompreensões humanas, dos juízos temerários e das doenças que nos consomem – mas, mesmo aqui, existe uma escolha. Por mais que não queiramos este é o dom ou o fardo mais importante que a Natureza nos deu. O aborto é a contradição disto tudo, pois através dele nega-se a um ser a oportunidade de escolher. E a verdade é que esse ser é humano, igual a cada um de nós, e está em fase de rápido crescimento. Quer se queira ou não, é um ser que existe e a quem querem negar o direito de percorrer um caminho semelhante ao nosso. Somos todos medíocres, frágeis, fracos e imperfeitos, por isso não podemos julgar a preservação de uma vida como a nossa – foi este o pressuposto que fez o nosso país ser o primeiro a abolir a pena de morte. Que mudou desde então? Ao fazermos ou sermos cúmplices de um aborto, estamos a negar a um ser a hipótese de poder dar os primeiros passos, de dar um tímido primeiro beijo, de sentir uma brisa fresca na face, de escolher – simplesmente de escolher. Sei muito bem quão cruel a vida pode ser, sei da desgraça da dor e da doença, das limitações do nosso crescimento, das desigualdades e das injustiças. Mas nada nem ninguém pode impedir um semelhante de viver, nada nem ninguém pode julgar quem vive e quem morre – esta é a única escoha que atenta contra a essência da humanidade porque vai contra o instinto primordial da própria humanidade. Ao contrário do homicidio comum, o aborto impede o ser humano de exercer a liberdade de vontade por uma vez que seja. E isto é decidido por outros seres humanos – mãe, pai, legislador ou outro – com mais poder, mais força e mais autoridade. Esses seres humanos são independentes dos próprios progenitores e estão completamente à mercê (a Natureza assim o ditou) de todos os que não o querem. O homem do futuro, intelectual e sociológicamente mais avançado, irá olhar paraos nossos dias como fundamentais para defesa da sobrevivência da humanidade. Assim, esta questão está relacionada com conceitos que podem confirmar ou destruir o nossos princípios – e, como em outras ocasiões fulcrais da História, não há lugar para inércia ou tibieza.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-76325576649677256232006-11-20T00:22:00.000-01:002006-11-20T00:23:43.712-01:00Razões para escolher a vida<em>Nota Pastoral do Conselho Permanente Conferência Episcopal Portuguesa sobre o referendo ao aborto</em><br /><br />1. A Assembleia da República decidiu sujeitar, mais uma vez, a referendo popular o alargamento das condições legais para a interrupção voluntária da gravidez, acto vulgarmente designado por aborto voluntário. Esta proposta já foi rejeitada em referendo anterior, embora a percentagem de opiniões expressas não tivesse sido suficiente para tornar a escolha do eleitorado constitucionalmente irreversível, o que foi aproveitado pelos defensores do alargamento legal do aborto voluntário.<br />Nós, Bispos Católicos, sentimos perplexidade acerca desta situação. Antes de mais porque acreditamos, como o fez a Igreja desde os primeiros séculos, que a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção. Porque consideramos a vida humana um valor absoluto, a defender e a promover em todas as circunstâncias, achamos que ela não é referendável e que nenhuma lei permissiva respeita os valores éticos fundamentais acerca da Vida, o que se aplica também à Lei já aprovada. Uma hipotética vitória do “não” no próximo referendo não significa a nossa concordância com a Lei vigente.<br />2. Para os fiéis católicos o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido.<br />Mas este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida. Para os crentes acresce o facto de, na Sua Lei, Deus ter confirmado que esse valor universal é Sua vontade.<br />Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar “não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento. O período de debate e esclarecimento que antecede o referendo não é uma qualquer campanha política, mas sim um período de esclarecimento das consciências. A escolha no dia do referendo é uma opção de consciência, que não deve ser influenciada por políticas e correntes de opinião. Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político, mas não podemos deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências. Pensamos particularmente nos jovens, muitos dos quais votam pela primeira vez e para quem a vida é uma paixão e tem de ser uma descoberta.<br />Assim enunciamos, de modo simples, as razões para votar “não” e escolher a Vida:<br />1ª. O ser humano está todo presente desde o início da vida, quando ela é apenas embrião. E esta é hoje uma certeza confirmada pela Ciência: todas as características e potencialidades do ser humano estão presentes no embrião. A vida é, a partir desse momento, um processo de desenvolvimento e realização progressiva, que só acabará na morte natural. O aborto provocado, sejam quais forem as razões que levam a ele, é sempre uma violência injusta contra um ser humano, que nenhuma razão justifica eticamente.<br />2ª. A legalização não é o caminho adequado para resolver o drama do “aborto clandestino”, que acrescenta aos traumas espirituais no coração da mulher-mãe que interrompe a sua gravidez, os riscos de saúde inerentes à precariedade das situações em que consuma esse acto. Não somos insensíveis a esse drama; na confidencialidade do nosso ministério conhecemos-lhe dimensões que mais ninguém conhece. A luta contra este drama social deve empenhar todos e passa por um planeamento equilibrado da fecundidade, por um apoio decisivo às mulheres para quem a maternidade é difícil, pela dissuasão de todos os que intervêm lateralmente no processo, frequentemente com meros fins lucrativos.<br />3ª. Não se trata de uma mera “despenalização”, mas sim de uma “liberalização legalizada”, pois cria-se um direito cívico, de recurso às instituições públicas de saúde, preparadas para defender a vida e pagas com dinheiro de todos os cidadãos.<br />“Penalizar” ou “despenalizar” o aborto clandestino, é uma questão de Direito Penal. Nunca fizemos disso uma prioridade na nossa defesa da vida, porque pensamos que as mulheres que passam por essa provação precisam mais de um tratamento social do que penal. Elas precisam de ser ajudadas e não condenadas; foi a atitude de Jesus perante a mulher surpreendida em adultério: “alguém te condenou?... Eu também não te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar”.<br />Mas nem todas as mulheres que abortam estão nas mesmas circunstâncias e há outros intervenientes no aborto que merecem ser julgados. É que tirar a vida a um ser humano é, em si mesmo, criminoso.<br />4ª. O aborto não é um direito da mulher. Ninguém tem direito de decidir se um ser humano vive ou não vive, mesmo que seja a mãe que o acolheu no seu ventre. A mulher tem o direito de decidir se concebe ou não. Mas desde que uma vida foi gerada no seu seio, é outro ser humano, em relação ao qual tem particular obrigação de o proteger e defender.<br />5ª. O aborto não é uma questão política, mas de direitos fundamentais. O respeito pela vida é o principal fundamento da ética, e está profundamente impresso na nossa cultura. É função das leis promoverem a prática desse respeito pela vida. A lei sobre a qual os portugueses vão ser consultados em referendo, a ser aprovada, significa a degenerescência da própria lei. Seria mais um caso em que aquilo que é legal não é moral.<br />3. Pedimos a todos os fiéis católicos e a quantos partilham connosco esta visão da vida, que se empenhem neste esclarecimento das consciências. Façam-no com serenidade, com respeito e com um grande amor à vida. E encorajamos as pessoas e instituições que já se dedicam generosamente às mães em dificuldade e às próprias crianças que conseguiram nascer.<br /><br /><em>Lisboa, 19 de Outubro de 2006</em>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5819559997539960900.post-81748805935280100932006-11-18T00:44:00.000-01:002006-11-18T00:47:29.403-01:00Reflexão primordialAntes de reflectirmos sobre este assunto, proponho que paremos um pouco para pensar na nossa postura futura, enquanto estivermos a falar, discutir ou argumentar, com outros que não partilham das nossas convicções. A maneira como formos adornados, emocional e psicológicamente, para a batalha, será tão importante como a força das nossas palavras.<br /><br /><em>Não julgar</em><br />Este ponto é essencial para nos distinguir dos demais. Se não quisermos que os outros façam juízos mortais sobre um ser que ainda não nasceu, nunca poderemos nós também julgar quem praticou, pratica ou praticará o aborto. “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”.<br /><br /><em>Não descriminar religiões</em><br />Eu sou católico apostólico romano e suponho que muitos dos que me acompanham também. Mas não podemos transformar esta luta numa discussão teológica, até porque ultrapassa a noção religiosa. Os budistas, os muçulmanos, os judeus, ou outro cristão, são dogmaticamente obrigados a defender a vida – este é mais um elo comum que nos aproxima. Dêmos as mãos e controlemos juntos as maravilhas do mundo.<br /><br /><em>Ter paciência e complacência</em><br />Nas discussões com os que têm uma opinião diferente da nossa, temos de demonstrar a virtude e consistência daquilo que acreditamos. Só amando o próximo, inclusivamente aquela que propõe uma atitude radicalmente diferente, é que poderemos provar que as nossas intenções são sinceras e reais. Assim, se estivermos demasiado enervados ou ansiosos, deixemos os argumentos para mais tarde.<br /><br /><em>Ter consciência da importância da matéria</em><br />A razão deste ponto está no texto seguinte, de nome “Direito de Escolha”.<br /><br /><em>Diogo Dantas</em>Unknownnoreply@blogger.com